A sustentável leveza de viver
Publicado em 25 de fevereiro de 2016Abstração geométrica, medidas exatas, proporções perfeitas, leveza e linearidade dão forma a volumes racionais de bem viver, em projeto afinado com a vida contemporânea
A vontade de quebrar paradigmas, de viver de alma aberta e de sempre celebrar a existência e novos começos se apropria de quem mantêm a jovialidade intacta. Um casal com quatro filhos, três já adultos com seus próprios lares e o terceiro, menor, com eles residindo, encomendou às arquitetas Francéli Ferreira e Carine Reiter uma casa de alma cosmopolita, capaz de acolher referências sinceras de família, apaixonada especialmente por bem viver, por convívio com quem faz bem. Um ano e sete meses depois, blocos de concreto, tijolos, madeira e pedras emergiram em espaços fluídos e de elegância moderna.
Traços retos e volumetria foi o que definiu as funcionalidades da casa. “Consideramos desnível do terreno, posição solar, integração total com a natureza que a cerca, a horizontalidade da planta e a fluidez dos espaços para responder ao estilo de nossos clientes”, coloca Francéli.
A casa se funde perfeitamente com o entorno, nos seus 750 m². O volume inferior concentra área de jogos, pub e área de serviços, sendo que no pátio que convida a estes ambientes uma cascata estratégica dita o receber. No pavimento térreo, o volume principal abriga área social de estar, jantar, cozinha e área gourmet, estar íntimo, escritório e hall de entrada. A porta principal recebeu porta pivotante de 2,50m de largura, com rasgo na parte inferior, junstamente para visualizar o espelho d’água e o jardim que encaminha à área social. Quem entra na casa cruza o hall e alcança a sala, onde os olhares são instantaneamente conduzidos para a área exterior, onde uma grande varanda convida à piscina de borda infinita ladeada por ajardinamento. Vidros e aberturas também bem pensados colaboram para a sensação de inexistência de barreiras entre interior e exterior. “É justamente pelos grandes vãos de aberturas que conseguimos trazer o exterior para os ambientes internos, como o espelho d’àgua que segue desde o hall de entrada para o segundo volume do pavimento térreo, dando a impressão de passar pelo mesmo e cair em forma de cascata até a cascata do pavimento inferior”, esclarece Carine.
No pavimento superior localiza-se a área íntima, com três suítes, a do casal, do filho, que recebeu como protagonista a cama no formato e leiaute de Ferrari, e a de hóspedes. Grandes painéis de madeira geram conforto visual, privacidade e proteção solar.
Aliás, assim como os brises de madeira, outros elementos construtivos e de décor seguem em harmonia muito bem afinada no projeto, vide cobogós, matizes e mobiliário de tons claros e neutros. O espaço interno foi decisivo para o sopro aconhegante, acolhedor e também contemporâneo do projeto, com a utilização de materiais como o linho, lâminas de madeira, cores sóbrias, mobiliário e iluminação com apelo de requinte.
Texto | Neiva Schneider
Fotos | Janine Brandão