Duda Bündchen, a pequena notável
Publicado em 24 de fevereiro de 2016Texto | Douglas Petry
Fotos | Arquivo pessoal
A personalidade marcante e alegria são atributos de Duda Bündchen, modelo infantil que carrega no DNA o mesmo talento da tia, a übermodel Gisele Bündchen, para uma carreira promissora. Mesmo estando duas vezes no livro dos recordes a família preza por uma infância normal e sem estrelismos.
Com um dos sobrenomes mais poderosos do mundo da moda, Maria Eduarda Borges Bündchen trilha a carreira de modelo inspirada na trajetória da tia Gisele, que atingiu um nível nunca alcançado por nenhuma modelo antes dela. Nos bastidores, a preocupação familiar é de que mesmo estando inserida neste segmento, Duda seja apenas uma criança.
A família preza para que, acima de tudo, tenha uma infância agradável. Sua rotina inclui, além da escola, atividades paralelas que ela mesma escolhe. Durante a semana faz cursos de robótica, tênis, ballet, jaz, natação e estilismo. Segundo o pai, o advogado Paulo Borges, o objetivo é que ela seja feliz e encontre as atividades que realmente gosta de fazer.
A pequena tem o equilíbrio entre infância e carreira. Na vida de profissional e na escola é a mesma. Prioriza a escola e suas atividades. Caso falte um dia na aula recupera o conteúdo em casa. Considera o trabalho de modelo muito legal, mas vê os estudos como uma necessidade para ter um bom futuro.
Duda diz que sua atividade preferida como modelo é tirar fotos. A razão disso é a interação que tem com a equipe, que torna o trabalho divertido. “Da última vez eu maquiei a maquiadora”, conta dando risadas. Sua paixão vai além das sessões fotográficas e das passarelas. Gosta de moda, desenha vestidos e os coleciona em um livro.
Os primeiros passos
O começo foi muito cedo. Nos primeiros anos da vida de Duda, a família percebeu que ela tinha uma plástica bonita e talento para ser fotografada. Como o sobrenome Bündchen é fortemente ligado á moda, pensaram na possibilidade dela seguir os passos bem sucedidos de Gisele.
Com três anos teve a primeira experiência como modelo. O empresário Eduardo Santos trabalhava com Borges em um projeto e propôs colocar Duda em um editorial com outras crianças para testar seu desempenho. Foi apresentada com o sobrenome Borges, para evitar expectativas.
O resultado foi bom e logo depois fez outro sozinha, já apresentada como Duda Bündchen. O retorno positivo foi muito grande, chamando atenção de algumas empresas que queriam lançá-la no mercado.
A família desejava que a infância fosse preservada e buscaram uma empresa que tivesse preocupação e respeito com isso. Encontraram a atenção que Duda necessitava na marca de roupas infantis Brandili. “O sucesso foi tão grande que no segundo ano chegou-se à conclusão de que deveríamos lançar uma linha no nome dela.” Foi então que teve sua primeira coleção de moda.
A jovem modelo se inspira muito na tia e recebe dicas valiosas. Dos seis anos de carreira se recorda de histórias engraçadas, como o episódio que uma fotógrafa caiu no rio durante uma sessão de fotos. Não tem muitos medos ligados à profissão, pois aprendeu com os pais que se cair deve levantar e seguir em frente. Tem isso como lição para a tudo na vida e não só para a a vida de modelo.
Duda pensa em seguir modelando quando adulta, mas não descarta outras possibilidades. Já participou da novela Chiquititas, mas não pretende ser atriz. Se identifica muito com o mundo da moda, e já assinou linhas de roupas e joias, o que a colocou duas vezes no livro dos recordes como a criança mais jovem a desempenhar a atividade.
Base familiar
Borges se preocupa muito com a segurança e a felicidade de Duda. É orgulhoso por ela ter ideias formadas e personalidade forte. Considera isso um desafio para as pessoas que atuam em seu desenvolvimento, mas tem certeza de que para seu futuro é o melhor. “Sempre sonhei, desde que ela era bebê, que fosse assim.” Isso garantiria que a menina se relacionaria melhor com o mundo, criando os próprios conceitos e não aceitando o que outros ditam.
Antes mesmo do nascimento, sem saber o que a vida reservava para a filha, o pai leu muito para se preparar para a criação. Seu foco era educação e preparação de pessoas fora de série, chamados de outliers. Cita a publicação Outliers, de Malcolm Gladwell, que mostra a vida pessoas que vão além do senso comum, apresentando exemplos de quem chegou a esse patamar, explicando o porquê.
Segundo o livro, a pessoa pode ter um grande talento, mas precisa ter um arcabouço com ela. Todo o entorno precisa estar preparado para auxiliar no desempenho desta criança e colaborar para seu crescimento pessoal. “É necessário que todos tenham a visão para proporcionar as oportunidades para a criança um caminho bacana”, conta Borges.
A família não focou na carreira de Duda, mas sim em sua construção pessoal. O pai acredita que se ela encontrar o que realmente gosta de fazer dará um retorno muito maior ao mundo do que fazendo algo forçado. É uma obrigação entender o talento e aliá-lo a paixão, criando um ciclo. “Não sabemos o que a Duda será no futuro. Modelo ou não, nós queremos que ela seja feliz.”
Raquel, a mãe de Duda, é formada em letras e aprendeu a base da pedagogia, o que auxilia na criação. Sua maior característica é ser precavida, se preocupando com o que pode vir de negativo com a exposição.
Os pais proporcionam que a menina faça o que gosta, seja na profissão ou na vida pessoal. “A carreira da Duda interfere muito pouco no restante da vida. Ela não é exigida como modelo, o que é uma cláusula contratual. Ela é uma criança e precisa se divertir e fazer o que gosta.”
Borges ressalta que a excelência vem, além do talento, da prática. A Duda é uma criança que tem oportunidades e todo o apoio familiar, e será sempre assim. “Se os pais prestarem atenção nos sinais que surgem na vida dos filhos, eles podem ajudá-los muito mais.” Não há uma projeção de carreira, mas sim pessoal.
Sobrenome de peso
Muitas pessoas criam uma expectativa com o sobrenome Bündchen, o que gera uma responsabilidade muito grande. Duda é comprovadamente uma outlier, estando duas vezes no Livro Mundial dos Recordes. Sua primeira coleção de roupas foi citada na Forbes, o que aumentou ainda mais a atenção em torno dela.
As pessoas exigem muito por ser sobrinha de Gisele. Se ela faz um desfile ou comparece a um evento e fica envergonhada, as críticas são como se ela fosse uma modelo adulta. A família sempre reforça que criança deve ter tratamento de criança e evita exigências.
O pai deixa a menina consciente de que para todo bônus há um ônus. O dela é de ter que se comportar adequadamente em público e parecer sempre uma princesa, mesmo brincando que não quer ser uma. Duda é madura e responsável, tem liberdade de errar e aprender com isso. “Ela sabe que para todo ato há uma consequência.”
As imposições da profissão são tratadas com naturalidade. Se ela não quiser seguir com o que faz, por não poder ou não querer atender as exigências do mercado, tem total liberdade. Ela é consciente de que existem várias opções a serem seguidas. As atividades que faz podem levá-la a seguir outra profissão, ou serem complementares para esta. “Existe o projeto da pessoa Duda. Ela que vai apontar para onde vai.”
No mundinho de Duda
Qual a sua viagem preferida? Foi para a Disney, porque eu andei de montanha russa.
E a comida que você mais gosta? A massa que o pai faz especialmente para mim. Quando ele prepara, eu como bastante.
Qual o livro que você mais gosta? Não é só um, é uma coletânea. O nome é Bat Pat, e mistura histórias de terror e comédia.
O que você mais gosta de fazer com os seus avós? Com a minha vó Ada (mãe do pai), gosto de ir no shopping. Com o um vô Zanella (por parte de pai) gosto de ajudar a cozinhar. Com o meu avô Valdir, pai da minha mãe, eu gosto de ouvir as músicas que ele faz. E com a vó Vânia, eu gosto de ficar com ela e ir visitar meus primos.