O luxo com razão de ser, por Fernanda Semler
Publicado em 27 de junho de 2019Fernanda Ralston Semler lançou Portal dedicado a classificar e entender o luxo sob nova ótica
Quando criou o Botanique Hotel&Spa, Fernanda Ralston Semler já costurava o tecido de um movimento intitulado “Pós-Luxo”. Quatro anos mais tarde, depois de muita pesquisa e observação apurada, ela propõe um novo olhar sobre o luxo, com ampla revisão de valores no conceito e classificação de produtos, serviços e bens de consumo, muito além do que representam marcas globalizadas pretensamente luxuosas e seus preços exorbitantes.
O próprio Botanique ilustra com pureza de detalhes a noção de sofisticação e exclusividade sob novos paradigmas. Excesso e exibicionismo são substituidos por conforto, qualidade e elegância levados ao extremo, sob outro patamar de encantamento, facilmente identificável sob todos os ângulos do empreendimento. Esta nova estética é exata quando o mundo grita contra os excessos do consumismo e do desperdício e clama pelo retorno da elegância, do bom gosto, da classe e do refinamento. Como diria Coco Chanel, “luxo não é o contrário de pobreza, mas o oposto da vulgaridade”. Reunir o universo mundial do “Aprés-Luxe” a partir de referências em seus respectivos segmentos é a proposta de Fernanda, a partir de 5 filtros cuidadosamente selecionados e criados por ela.
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O comportamento de um consumidor “Aprés-Luxe” prioriza o “art de vivre” através de experiências adquiridas não somente pelo tamanho de suas contas bancárias, mas sobretudo porque têm refinamento intelectual, conhecimento, educação e elegância natural. Estas pessoas orbitam naturalmente em torno de projetos e idéias sob um novo prisma de exclusividade que o dinheiro não pode comprar, mas o bom gosto sim.
Elas escolhem, por exemplo, visitar vinícolas na Borgonha ou Bordeaux, não apenas porque desejam comprar ou provar vinhos de quatro ou mais dígitos, mas porque querem aprender a produzi-los ou criar seu próprio blend, com a expertise de um renomado enólogo, em uma experiência que os transformará, os deixará mais ricos e abastecidos.
O conceito “Aprés-Luxe” pode estar presente em um móvel de madeira certificada, um tipo raro de café, um destilado ou fermentado produzido artesanalmente em pequena escala, num acessório feito à mão e que utiliza matérias primas raríssimas, numa escultura de coleção, num produto numerado com pouquíssimos exemplares ou num empreendimento hoteleiro e imobiliário cujas premissas estão em consonância com seus filtros e pilares.
Neste caso específico, tal empreendimento deve impactar positivamente a vida de pessoas e da comunidade do seu entorno. Em sintonia e harmonia com o estilo de vida da região, da atividade econômica local, do meio ambiente, sem alterar a rotina dos moradores, mas ao contrario, integrando-os ao contexto, fazendo deles seus fornecedores e colaboradores diretos ou indiretos.
O conceito transita, portanto, também pelo viés social e da sustentabilidade, do comportamento e atitude. Pós luxo é ser gentil, educado, deixar o outro passar na frente, sorrir, ter tempo; é cultivar conhecimento não por vaidade, mas por puro prazer de aprender. É comprar uma bolsa ou roupa de tamanha qualidade, que estará com você por décadas.
O comportamento de um consumidor “Aprés-Luxe” prioriza o “art de vivre” através de experiências adquiridas não somente pelo tamanho de suas contas bancárias, mas sobretudo porque têm refinamento intelectual, conhecimento, educação e elegância natural.
Claro que alta costura, joalheiros de prestígio internacional, palácios, automóveis de exceção, iates e outros objetos do desejo continuarão sendo aspiracionais e restritos à uma pequena faixa de endinheirados consumidores. Mas a pergunta que fica é: eles representam o pós-luxo? Na medida em que estas peças se globalizaram e estão presentes nas grandes metrópoles de consumo, podendo ser facilmente encontradas, elas deixam de ser exclusivas para caírem no gosto da maioria. Nessa perspectiva, o sêlo Pós-Luxo propõe uma verdadeira malha fina no mundo do luxo, uma percepção mais apurada e, portanto, com maior valor agregado.
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Conteúdo publicado na edição 43 da revista Gente que Faz|Por Neiva Schneider|Fotos próprias e divulgação