Para Michele Gonçalves, diretora das Tintas Nobre, inovação é palavra que não causa medo
Publicado em 16 de setembro de 2024
A química e a alquimia para fazer a inovação acontecer
Inovação, para a diretora das Tintas Nobre, a engenheira química Michele Gonçalves, é palavra que não causa medo. Antes pelo contrário: falou em inovação, ela está disposta a fazer acontecer e mostrou isso com ainda mais força na maior catástrofe climática que assolou o Estado, no mês de maio
Os pais de Michele iniciaram a empresa, há 27 anos, na cidade de Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Hoje ela, ao lado irmão Eduardo, e do pai, Clóvis, dão seguimento a uma história que ela pretende perpetuar. Como? Fazendo com que a empresa seja disruptiva.
– Há pesquisas que mostram que apenas 20% das empresas familiares chegam aos 20 anos. Como chegar? Para mim é tendo uma empresa inovadora. Se a tua empresa não evoluir, a do outro vai e a tua ficará para trás. A inovação faz que que a gente consiga perpetuar uma empresa porque sempre teremos esta vontade de trazer o que é novo e o que é melhor – avalia.
A Tintas Nobre conta com uma equipe que é estimulada a pensar inovação. Uma consultoria externa também ajuda a construir as ações para que zona de conforto seja assunto que passe longe. A empresa ainda trabalha, há alguns anos, a governança corporativa. Na opinião de Michele, porém, nada é tão potente quando uma organização busca ser disruptiva quanto estar na rua.
– Não adianta ficar dentro da empresa esperando as coisas acontecerem. É preciso ir a eventos, feiras, ver onde tem novas tecnologias. Eu vou para a China no final do ano em busca disso. Precisa ir em busca.
Mas ainda mais determinante, para Michele, é circular pelo cliente, entender qual a necessidade dele e como ajudá-lo a melhorar. Como tem a formação técnica, isso acelera o processo e permite um compartilhamento rápido com a equipe para que novas ideias logo saiam do papel.
– Eu costumo dizer que primeiro a gente precisa acreditar e depois fazer. Porque existe a química e existe a alquimia. A química é exata, mas a alquimia, por algum motivo, acontece. Tem que acreditar, tentar e fazer acontecer – afirma Michele.
O exemplo da enchente
Para Michele, um dos desafios das empresas disruptivas é serem inovadoras sem perderem a essência, a humanidade. Para ela, é sobre não esquecer que, na frente de qualquer máquina, primeiro e sempre, haverá um ser humano.
Esse entendimento ajudou numa resposta proativa que a Tintas Nobre deu quando o caos assolou o Estado, especialmente a região do Vale do Taquari, onde está a sede da empresa. Michele colocou a empresa à disposição para ajudar na construção da ponte de ferro sobre o Rio Forqueta, que voltou a ligar as cidades de Arroio do Meio e Lajeado, e foi erguida pela iniciativa privada, num tempo recorde de 15 dias.
A Tintas Nobre doou a tinta na cor pinhão para a pintura da estrutura. O prazo para fabricar a tinta e começar a aplicação foi de pouco mais de 12 horas.
– Nós nem sabíamos se a nossa tinta teria o aval do engenheiro responsável pela obra, mas eu mandei produzir. Acreditamos e fizemos – celebra.
Participar desta construção audaciosa só foi possível, para Michele, porque o ecossistema da Nobre é disruptivo.
– Uma empresa disruptiva é mais rápida, tem atitude, reage rápido e não tem medo. Além disso, não se preocupa apenas com ela, mas também em viver a comunidade – resume Michele, evidenciando o jeito nobre de ser.
Conteúdo publicado na edição 60 da revista Gente que Faz: