O que as fachadas nada discretas dos hotéis Trump escondem
Publicado em 28 de setembro de 2017O que fachadas nada discretas escondem
Seriam os hotéis com o letreiro Trump dourado e reluzente em suas fachadas, tão grandes e exagerados, em seus interiores, como o homem que as idealizou? Seriam os serviços e o staff de seus hotéis à prova do reality show O Aprendiz, que tanta notoriedade deu ao hoje presidente dos Estados Unidos?
Controverso, Donald Trump tem impactado a imagem que o mundo tem dos Estados Unidos. Mas foi antes da presidência que construiu sua imagem de empresário bem-sucedido, dono de uma fortuna assinalável, chamando atenção até mesmo com a arquitetura de seus negócios.
Sua trajetória iniciou após se formar na prestigiosa escola de finanças Wharton, na Universidade da Pensilvânia. Ganhou de seu pai US$ 1 milhão (US$ 4,5 milhões em valores atualizados) e em 1980, em Nova York, quando tinha 34 anos, restaurou o Commodore Hotel, um edifício de 1919 junto à Grand Central Station, que estava em ruínas. No seu lugar, ergueu uma torre moderna e espelhada. Seguiram-se prédios de residências, escritórios, centros comerciais e outros opulentos e dourados, como a Trump Tower, em 1983, na Quinta Avenida, ainda hoje sede das organizações Trump, que agora vemos bem guarnecida com militares de tamanhos intimidadores, com poderosas metralhadoras e poucos sorrisos.
Donald Trump abdicou da gestão das empresas e propriedades de que é dono quando tomou posse como presidente dos EUA e prometeu não se envolver nas decisões da Trump Organization enquanto estiver no cargo. Eric e Donald Trump Jr, filhos do bilionário, gerem agora os negócios do pai. Mas esse mundo por ele criado intrigou-nos. Afinal, claro, ele teve ingerência nos detalhes e com certeza seus filhos em algo o espelham. Seriam as propriedades hoteleiras com o letreiro Trump dourado e reluzente em suas fachadas, em seus interiores tão grandes e exageradas como o homem que as idealizou?
Trump ganhou notoriedade antes de ser presidente pelo reality show que apresentava, no qual ele protagonizou a frase de efeito “You are fired!” (você está demitido!), usada para eliminar os aspirantes a um emprego em suas organizações a cada rodada da competição. Seriam os serviços e o staff de seus hotéis à prova do reality show O aprendiz?
Claro, hoje a organização permite também que outras propriedades usem o seu nome e se tornem sócios da companhia. Por isso, há hotéis de luxo que pertencem à cadeia Trump espalhados por todo o mundo. O mais recente é o de Vancouver, no Canadá, que inaugurou no início deste ano. Porém, temos certeza que escolhemos alguns dos mais icônicos para aqui retratarmos. Vamos a eles:
Trump Chicago
Quando questionado sobre qual é o seu hotel Trump favorito, o próprio Donald Trump Jr., executivo da organização, disse que, sem dúvidas, Trump Chicago está no topo de suas escolhas. Na mesma entrevista, disse jamais esquecer quanto ele e seu irmão Eric – muito envolvidos neste projeto – subiram em uma das gruas (o que aterrorizou totalmente todos os que com eles se encontravam) e ver as vistas dessa cidade de muita energia desse ponto do fantástico edifício de 92 andares com todas suas complexidades de construção foi incrível.
Sua localização não poderia ser mais privilegiada e sem dúvidas, é o endereço mais invejável de Chicago. O jeito Trump de receber na cidade dos ventos entrega vistas indescritíveis, é colado à Magnificent Mile, tem apartamentos modernos e paredes inteiras de janelas. 53 dos 339 apartamentos possuem acesso especial ao spa, divino. Estes apartamentos são um oásis urbano, com amenities, águas especiais, travesseiros, almofadas e máscara de descanso para os olhos com aquecedor especial para os itens no próprio apartamento.
Um minibar e uma cesta de amenities, muitas delicatesses e até mesmo o vinho com a grife Trump estão à disposição. Ao contrário da fachada imponente e do letreiro do prédio que foi inclusive motivo de discórdia feia em 2014, com personalidades da cidade e inclusive um arquiteto recebedor do prêmio Pulitzer criticando as cinco letras garrafais em dourado – em seus interiores, o ouro é usado de forma comedida e os espaços são discretos, em tons de cinza, creme e marrom.
Se o spa é um santuário de relax, a piscina aquecida e a academia, sem dúvidas a melhor que já vimos em hotéis, é incrível para acelerar os batimentos cardíacos.
Com um portfólio de equipamentos de primeira geração, exibe inclusive dois disputados simuladores de escada Climbmill, ambição de dez em dez academias.
Mais vistas icônicas desabrocham no rooftop do hotel, junto ao The Terrace, com um menu de coquetéis e vinhos fantástico para celebrar a ocasião com olhos ao Chicago River, ao Lago Michigan e à Torre do Relógio de Wrigley. No mesmo andar, o restaurante Sixteen traz a abordagem contemporânea do chef Nick Dostal, com menus sazonais e muita provocação aos sentidos.
Por Neiva Schneider
Fotos divulgação e Neiva Schneider
Publicado na edição 35 da Revista gente que Faz