Estação solar, por Ana Mahler

Decor e Arquitetura

Estação solar, por Ana Mahler

Publicado em 30 de março de 2016

Como numa brincadeira bem dosada de texturas e materiais, a arquiteta Ana Mahler nos convida a conhecer seu projeto contemporâneo, primeiramente revelado como casa-conceito bem no início do condomínio Belle Ville, em Santa Cruz do Sul, e posteriormente complementado em todos os ambientes, quando da aquisição da casa por comprador

A duo de arquiteta e artista (esta na fase em que suas telas tomam forma e se tornam quase esculturas, sempre com exposições bem frequentadas), sabe embalar seu trabalho com beleza e equilíbrio. Ora no frenesi da capital gaúcha ou navegando nas águas calmas do Guaíba (paixão faça sol ou faça frio), ora no seu refúgio cidade natal, em Santa Cruz do Sul, Ana emprestou seu equilíbrio ao projeto, trabalhando duas tonalidades de cores e criando o mesmo efeito que uma boa maquiagem imprime ao rosto de uma mulher. A predominância da pedra Miracema e do concreto aparente definem em formas puras a volumetria da casa cujas áreas perdidas ou excessivas não existem.

Quatro pessoas negociavam a casa e a sorte foi ao encontro ao afeto: ficou a residência com o próprio irmão de Ana, que então soube com toda a autoridade possível discorrer sobre o interno da residência e finalizando o projeto que com ela também teve início. Seus 200m² relacionam-se com o cinturão verde ao fundo da residência e distribuem, no piso inferior, estar, jantar e cozinha integrados, lavabo, lavanderia e uma varanda com pergolado e churrasqueira. No piso superior, suíte principal e dois quartos que compartilham banheiro.

Ana brincou, então, com a liberdade de propor mobiliário, iluminação, adornos e paisagismo, levando a sério que tudo deveria ser muito prático e funcional. Foi observado que até mesmo as lâmpadas nas áreas de pé direito alto estejam em locais de fácil alcance.

Arquiteta Ana Mahler

: O volume em concreto aparente apoia o pergolado e abriga a churrasqueira externa. O muro é em blocos de concreto aparentes e a piscina recebeu pastilhas em porcelana azul escuro

: O deque é em pvc, feito de material reciclado, não tem manutenção e não aquece com a exposição ao sol

: Escada detalhada pela arquiteta, com estrutura em ferro, degraus em pranchas de madeira em louro freijó e peitoris em vidro de 8mm

: No estar, móvel em laca fosca cinza e prateleira de vidro de 20mm, abaixo da TV a janela em fita expõe o paisagismo e faz fundo para a lareira em pedras vulcânicas que está embutida no basalto polido. Nas cortinas, reposteiros em linho natural e tela solar Hunter Douglas motorizada

: A maior parte das obras do corredor do piso inferior são da Urban Arts, com exceção da obra Azul (centro) que é obra da arquiteta Ana Mahler, assim como as coloridas na circulação da escada

: Iluminação de fachada com arandelas com lentes (com duplo efeito) e iluminação do jardim e do abrigo de carros feita por holofotes de led

: Porta principal pivotante em mdf, laqueada em preto fosco, com puxador em vidro preto e alumínio

Fotos Bohn Fotografias

Matéria publicada na edição 28 da revista Gente que Faz

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