É Brasil. É luxo!
Publicado em 27 de janeiro de 2020Simone Scorsato é a atuante diretora executiva da BLTA, Brazilian Luxury Travel Association. Em 2018, este mercado registrou um faturamento estimado de R$ 871 milhões em 2018, acolhendo 532 mil hóspedes no ano, algo que equivale a uma média de 1,4 mil hóspedes por dia. Os números são do anuário da BLTA, trabalho de pesquisa realizado em parceria com o Senac.
A sustentabilidade é um dos pilares da BLTA, em 2017 foi criado um fundo para projetos sustentáveis, a associação passou a apoiar o ICMBIO e a Ilha de Alcatrazes. Também foi concebido o Prêmio Visão Sustentável, estimulando a adoção de boas práticas. Essas ações buscam, em conjunto, atuar na consolidação do Brasil como um destino de turismo de luxo.
O total de áreas preservadas em propriedades da Associação é de 65.000 hectares, envolvendo Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. Hoje, 44% dos hóspedes dos hotéis associados são estrangeiros e originários, em sua maioria, da Inglaterra, França e Estados Unidos. Valorizar o que é nosso, o que está no Brasil, não necessita justificativa, ainda mais com um trabalho tão digno e agregador concretizado. Aproveitamos a deixa e entrevistamos Simone Scorsato.
O momento atual, de oscilação cambial, conspira mais a favor dos hotéis de luxo no Brasil? Como tem se comportado este mercado?
Sem dúvida, com o dólar e o euro fortes, o Brasil se torna um destino mais barato para que o estrangeiro venha nos visitar. O mercado de luxo também se beneficia dessa oscilação no caso dos visitantes estrangeiros efetivos, no entanto, como fazemos muitas ações de promoção internacional essa oscilação cambial não favorece nossos investimentos em promoção internacional, tudo fica mais caro.
O que busca o consumidor do turismo de luxo no país?
Busca experiências diferenciadas, privacidade, exclusividade, raridade e serviços de excelência. O luxo pode ser simples, mas nunca desconfortável ou desqualificado. “O CLIENTE DE LUXO NÃO SE IMPORTA COM O CUSTO, TAMPOUCO DESEJA PAGAR CARO POR UM PRODUTO DE BAIXA QUALIDADE” e obviamente, hoje o consumidor está sensível a um produto responsável e sustentável. Essa é uma exigência de um consumidor já viajado e culto.
Quantos hotéis há no portfólio da BLTA e quais foram as adições mais recentes?
Hoje temos 39 hotéis, em 2019 tivemos a entrada do Janeiro hotel, do Fairmont Copacabana, Fasano Salvador e Fasano Belo Horizonte e Vila da Santa em Búzios.
Quais são os critérios para que um hotel esteja no portfólio da BLTA?
Para começar o hotel já deve ter atuação no mercado internacional ou estar apto para. A participação em feiras de mercado de luxo global é fundamental. Obviamente o hotel passa por uma avalição, deve ter um ano de operação e notório serviço de hospitalidade. A autenticidade brasileira e ações em sustentabilidade são fatores desejados para sua inclusão no portfólio da BLTA.
Neste segmento, que oportunidades há para novos empreendedores?
Muitas, se destacar em um mercado cada vez em ascensão, se promover como uma propriedade diferenciada e autêntica no mercado de luxo global, investimentos e estratégias de mercados focados em um segmento altamente profissional. Um empreendimento que “fala” como o mercado de experiências de luxo consegue se posicionar no mercado de forma muito eficaz, o foco na segmentação e na promoção das experiências junto ao formador de opinião coloca não o empreendimento em destaque, mas o destino também.
Quais são os estímulos à sustentabilidade ao hotéis que integram a associação?
Hoje 47% dos associados investem nas comunidades locais, são projetos desde conservação da natureza como educação e formação de lideranças. Estimulamos os associados a criarem cada vez mais um elo como o destino e com suas comunidades pois entendemos que o turismo de luxo, embora seja exclusivo, pode quebrar paradigmas e INCLUIR a comunidade local no valor da experiência, promovendo assim o destino e as boas práticas do turismo para o mundo!
Conteúdo publicado na edição 46 da revista Gente que Faz
Por Neiva Schneider
Fotos Divulgação