
DR. LUÍS CARLOS SILVEIRA: o pai da medicina preventiva tem a receita para a longevidade saudável
Publicado em 9 de janeiro de 2025
Um menino curioso, que sempre queria saber o porquê das coisas, alguns anos depois, não há exagero em dizer, revolucionou a medicina
O médico Luís Carlos Silveira frequentou a faculdade, quando ela ensinava apenas a tratar a doença. Nessa época, o seu inconformismo já se tornou evidente: ele queria prevenir a moléstia. Era o embrião do que se tornaria o Método Kur, que ele colocou em prática em 1971, quando ninguém havia falado de medicina preventiva.
O Método Kur – que em alemão significa “cura” ou “tratamento” – é, hoje, amplamente difundido e vai além das fronteiras do centro de saúde Kurotel, que dr. Luís Carlos fundou em Gramado, no ano de 1982. Atualmente, o método é praticado por milhares de pessoas, através de seus cinco pilares que são Água, Movimento, Alimento, Relaxamento e Equilíbrio.
Entre tantos reconhecimentos ao seu trabalho pioneiro, no mês de outubro, dr. Luís Carlos recebeu, na Itália, a condecoração Lifetime Achievement Award, concedida pelo Seven Stars Organization, sediado em Londres. Foi uma escolha feita por um comitê do Seven Stars Awards (SSA), e não uma premiação baseada em votação. Essa honraria é reservada a pessoas que realizaram contribuições excepcionais ao longo de suas carreiras.
Com uma trajetória que elevou a importância da prevenção e da saúde integrada a outro patamar, dr. Luís Carlos, a quem é atribuído o título de ‘pai da longevidade’, no entanto, nunca perdeu aquela que talvez seja a maior virtude de um médico: ouvir o paciente.
A gente sabe que o senhor foi uma criança muito curiosa, que aprendeu noções de fitoterapia com o avô. Foi esse o seu start para a medicina?
Meu avô era uma pessoa do interior, do campo, e viveu de 101 anos para 102 anos. Eu tive a oportunidade de conviver com ele por muitos anos e tenho a recordação daqueles tempos. Passava minhas férias na fazenda dele e os alimentos na fazenda eram todos sazonais, todos locais e muito sadios. Os animais que eram abatidos na época, não eram animais que recebiam ração. Era pasto e o milho que ele plantava, quer dizer, o círculo se fechava dentro daquilo, sem nenhum agrotóxico. Ele também caminhava muito e andava muito a cavalo, era muito ativo fisicamente. E sabemos que a alimentação e a atividade física são dois dos pilares da longevidade. Outra característica muito interessante é que ele era de bem com a vida, tinha uma cabeça boa, era plantador de arroz, orizicultor, e quando por qualquer razão, ou uma seca ou muita chuva, ele não conseguia produzir, dizia: “Foi Deus que quis assim” e saia e tocava a vida. Esse estar de bem com a vida, estar de bem com o seu interior, foi uma característica que, mais tarde, eu percebi nas pessoas longevas.
Com os fitoterápicos, o meu avô tinha uma relação próxima. Eu não lembro de ter visto o meu avô tomando alguma medicação alopática, porque as medicações alopáticas, tiveram um boom na Primeira Grande Guerra e, depois, na Segunda Grande Guerra. Hoje, a gente sabe os princípios ativos das plantas, mas na época não se sabia, era muito da curiosidade que ele tinha. Na casa dele, em Pelotas, eu lembro de ter as ervas secando penduradas em alpendres. O chá fazia parte, ele sempre tomava chá de carqueja, chá de macela; à noite, era chá de camomila ou erva-cidreira. O meu avô tinha isso plantado e, no inverno, já tinha esses chás secos. Aprendi com ele o hábito de tomar chá.
Isso me influenciou e eu sempre fui realmente muito curioso, sempre quis saber das coisas, entender os porquês. Na escola, eu nunca decorei, sempre quis entender o porquê daquilo. Mas o que me motivou mais para a medicina foi o nosso médico de família. Eu e o meu irmão éramos tratados por um médico de família, ele almoçava na nossa casa, jantava na nossa casa, tinha uma proximidade muito grande e era um misto de psicólogo junto. Eu e o meu irmão éramos muito magros porque jogávamos futebol e as minhas tias diziam para minha mãe: “Esses guris estão muito magrinhos”. A minha mãe chamava o médico e ele dizia: “Esses guris não têm nada”, embora o protótipo da saúde fosse o bebê fortinho. Chamava atenção porque ele era um excepcional clínico: com estetoscópio, sem exame algum, ele conseguia identificar pneumonias e outras doenças. Era muito dedicado e aquilo foi me motivando. Pensei: “Poxa, é isso que eu quero”. Ele fazia uma medicina mais integral, coisa que os médicos foram perdendo por culpa do ensino e da tecnologia. A tecnologia tem o lado muito bom, mas o olfato, o tato, a audição, os sensores que se têm, desde o aperto de mão – se a mão estiver suada e úmida, pode se pressupor uma ansiedade ali – são fundamentais.

Dr. Luís Carlos Silveira e sua esposa Neusa, na ocasião da condecoração Lifetime Achievement Award, em Londres
E após, já médico, como foi lançar o olhar para uma área totalmente nova – a medicina preventiva –, quando o “normal” era um médico se formar para tratar doenças?
Eu entendia que a pessoa precisava ser analisada com mais profundidade. Na faculdade, eu via que muitos daqueles pacientes que estavam na enfermaria não precisariam estar lá se tivessem sido orientados para a prevenção, isso me inquietava. Mas a medicina praticada era voltada para a doença, não era uma medicina como eu achava que deveria ser, uma medicina voltada para a saúde. E nós éramos orientados a não deixar o paciente falar, não fazer nenhuma pergunta que não fosse sobre a patologia, isso me fazia mal. À noite, eu voltava para falar com o paciente e descobria coisas extraordinárias na vida dele que eram o motivo da doença. Às vezes, tinha que trabalhar o emocional dos pacientes. Todos nós temos o nosso calcanhar de Aquiles, que é o nosso ponto frágil. Quando nossas emoções transbordarem, é naquela área que vai aparecer. Pode estar na área respiratória, cardíaca, no intestino. Por isso, as pessoas precisavam ser olhadas de forma global.
Também me incomodava um pouco a onipotência do médico, uma certa prepotência. Da parte nutricional, quem podia dar orientação era um nutricionista. No campo emocional, um psicólogo. Nessa época, eu pensei em começar a trabalhar em equipe, ali começou a semente do Método Kur.
Eu também pensava em regiões onde poderia desenvolver o meu método. E a região mais receptiva a isso era uma região de colonização europeia, alemã ou italiana. Essas etnias têm mais predisposição a se cuidar. Então vim para Gramado, que era muito indicada, por conta da colonização. A cidade era uma vilazinha quando eu cheguei aqui, isso era década de 1970. Tinha três quadras pavimentadas, o resto era chão batido. Fui o quinto médico da cidade, todos eram descendentes de alemães. Foi complicado para mim, meus clientes falavam alemão. Eu fui estudar alemão, mas também tinha uma enfermeira que trabalhava comigo e que falava o alemão.
O senhor criou o Método Kur. Onde foi buscar referências?
Busquei especialmente referências na Alemanha. Ganhei de um cliente um livro escrito por Sebastian Kneipp, que falava sobre o tratamento pela água. Esse livro é de 1886 e me encantei com o tratamento hidroterápico que ele propunha e isso ficou com um dos pilares do Kur. Eu fui para uma cidade de Santa Catarina, perto de Blumenau, e me internei num local que usava o método Kneipp. Lá eu pensei: “Eu vou inserir isso no meu método, mas com segurança médica”.
Abrimos o Kurotel em 1982 com a leitura de prevenção, quando ninguém falava sobre isso. Somente se falou em algo parecido, com essa leitura de prevenção, no Canadá, em 1986. De 1982 para cá, o básico do Método Kur não mudou, claro, hoje temos mais tecnologia, mas a estrutura em si não mudou. Eu tenho um livro, guardado no cofre, ali tenho todo o desenho e a concepção do método que fiz na época.
No Kurotel também buscamos trabalhar a causa. Como fazemos aqui para reduzir o uso da medicação na hipertensão, por exemplo? Quando um paciente não puder parar com a droga, é recomendando que retire o sal da comida, faça atividade física regular, tenha tempo para relaxamento. Aqui no Kurotel a gente consegue controlar bastante bem, pelos próprios métodos. Temos as banheiras com água onde se faz uma vasodilatação e a pressão cai. A dieta é hipossódica e a pessoas vão fazer exercício. Então, em muitos casos, a gente consegue normalizar o problema da hipertensão ou reduz significativamente a dose dos medicamentos. Isso é possível. A gente tem que tratar a causa, a vida inteira eu tive essa preocupação. Se eu só fizer um tratamento para aliviar o problema enquanto durar o efeito da droga, passado isso, vai voltar ao que era. A nossa leitura é trabalhar na base, fazer a prevenção primária, dizer o que o cliente deve fazer; ou na prevenção secundária, quando o problema já existe; ou ainda na prevenção terciária, que é a reabilitação, quando já houve um dano.
Em 2008, o senhor foi novamente pioneiro, possibilitando aos clientes do Kurotel os primeiros testes genéticos para saber se possuíam predisposição genética a doenças e condições graves. Esse é um divisor de águas quando se fala de prevenção?
Não se pode mudar a questão genética, mas se pode trabalhar ainda mais na prevenção. Em números, 53% da nossa saúde é estilo de vida, 20% é ambiente, 17% é genética e 10% é assistência médica. Eu brinco dizendo que nós, médicos, somos uma miséria na vida de nossos clientes. Aqui no Kur a equipe trabalha fortemente naqueles 53%, a mudança do estilo de vida, já que estilo de vida é o que mais pesa. A nossa carga genética vem 50% do pai e 50% da mãe, com coisas muito boas e outras não tão boas. O que se sabe é que mesmo que a pessoa tenha uma adversidade genética, por exemplo, câncer, doença cardiovascular ou diabetes, se ela tiver um bom estilo de vida, essa fragilidade genética não vai se manifestar, e isso é muitíssimo importante. A partir de 2008, várias coisas foram sendo acrescentadas, começamos a trabalhar com uma medicina de precisão. Com a genética, é como se o médico estivesse frente a uma bola de cristal e pudesse ver as fragilidades e orientar para que aquilo pudesse não aparecer. Genética a gente faz uma vez só na vida, é como nossa impressão digital, ela não muda. Hoje, através dos testes genéticos, a gente já pode saber qual é a atividade física mais indicada para a pessoa, ela pode nos dizer quais são os alimentos mais adequados para se conseguir uma redução de peso, informações que nem sempre iríamos obter com aquilo que a gente tem no aprendizado clássico. Com a genética também pode-se saber qual a medicação mais adequada, com mais efetividade, e isso é importante porque a gente sabe que não existe droga sem efeito secundário.
Com essas informações, minha equipe multidisciplinar e interdisciplinar trabalha. Mantenho aqui no Kur um didatismo: todas as segundas-feiras, temos uma reunião no auditório com a equipe e passamos caso por caso, discutimos cada um. Cada cliente nosso aqui é visto por, pelo menos, 20 pessoas, de áreas como nutrição, fisioterapia, psicologia, educação física, grupo médico, e a gente faz os ajustes de acordo com as respostas que estamos tendo com evolução do cliente.
De forma geral, como o senhor vê que está a saúde das pessoas hoje? Do que mais a sociedade está adoecendo?
Hoje as pessoas estão bem mais esclarecidas do que há anos atrás, graças à internet, aos meios de comunicação, que estão trazendo assuntos sobre saúde. E, sob o ponto de vista da prevenção, dá para se prevenir doenças com exames preventivos. Na década de 1920, a expectativa de vida no Rio Grande do Sul era viver 40 anos. Isso quase dobrou, agora está em 78 anos.
O que eu vejo muito hoje é que o campo emocional está atingido, por conta da própria internet, das altas demandas, por cobranças da sociedade, muito estresse, falta de tempo para o lazer. As pessoas acham que estão fazendo lazer, mas estão com o celular na mão, então estão trabalhando, e isso é altamente preocupante.
Eu vejo a sociedade mais depressiva de uma forma geral, eu não via isso antes. Não lembro de ter dado um medicamento para um agricultor dormir, não lembro de ter dado um antidepressivo, não lembro desse tipo de coisas, porque dormiam cansados do trabalho braçal, aí entra a falta de exercício físico que percebemos hoje.
O primeiro movimento que diminuiu a atividade física foi a descoberta da roda, depois da revolução industrial. Se olharmos hoje, temos escada rolante, elevador, controle remoto. Antes, a grama era cortada manualmente, depois com carrinho e agora é grama sintética. Só para dizer que o preço disso tudo vem. É importantíssimo que tenhamos uma atividade física que nos dê prazer, pelo menos três vezes por semana.
O senhor apoia ONGs em que onde difunde seus pilares para uma população com recursos limitados, como é o caso da Associação Mente Viva e do Global Wellness Day. É possível democratizar a medicina preventiva?
Não tenho dúvidas. A Mente Viva atua no sistema de ensino, ajudando as professoras a passarem aos seus alunos, técnicas de meditação. A gente tem farta documentação mostrando que a meditação é realmente efetiva. A gente tem relatos que muitas crianças tinham dificuldade de aprendizado, agressividade, inclusive, nos seus desenhos, desenhavam armas. Depois da meditação, passaram a desenhar coisas mais leves, porque algo mudou no seu interior. É lá na criança que começamos a criar o hábito, na escola, com as crianças e os professores. Orientamos noções de nutrição para que crianças possam aumentar seu universo alimentar de forma saudável. É uma luta dura e difícil, porque a poderosa indústria da alimentação tem um marketing fortíssimo e entra dentro das nossas casas através da televisão, vendendo aos nossos filhos e nossos netos, produtos não saudáveis. Se a criança vê um ídolo, um jogador de futebol, numa propaganda comendo aquela coisa ou tomando aquela bebida, ela vai pedir para o pai fazer aquilo. Essa luta não é fácil, mas quando se tem a colaboração dos pais, isso facilita.
No ano passado, eu estive na Grécia e tive o privilégio de conversar com uma professora de uma faculdade de medicina, a Antonia Trichopoulou, que é conhecida como a ‘mãe da dieta mediterrânea’. Ela faz um trabalho para trazer a dieta mediterrânea para dentro das escolas e das famílias, e ela fala dessa dificuldade de enfrentar os produtos ultraprocessados.
Quando as nossas filhas estudavam aqui em Gramado, no Círculo de Pais e Mestres, o único que era médico era eu. Eu via que no bar da escola tinha refrigerante e as nossas filhas levavam merenda de casa, levavam suco natural. Eu e minha esposa falamos com a diretora da escola e ela chamou o ecônomo do bar. Houve uma mudança, começou a ter sanduíche integral, sucos naturais, e o que aconteceu? O ecônomo pediu demissão porque não vendia, nenhuma criança queria comprar esses produtos. Foi feita uma tentativa, mas voltou tudo a ser como era antes. E com crianças não se pode ter somente o discurso. Se eu digo que o meu filho tem que comer verduras e ele nunca me vê comendo verduras, ele nunca vai comer verduras. É muito mais pelo exemplo do que pelo discurso. A gente tem que trabalhar no jovem, para torná-lo um adulto mais consciente. Ele até pode errar, mas ele terá consciência. Nessas instituições em que atuamos, trabalhamos na base.
Aqui no Kur o desafio é fazer com que as pessoas tenham uma nova leitura, uma nova consciência, tem que fazer a pessoa pensar em ter 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de sono. Aqui procuramos fazer essas mudanças, o grande desafio é fazer com que as pessoas entrem de um jeito e saiam de outro, se não conseguirmos, nós falhamos.
O senhor já recebeu inúmeros prêmios na sua carreira. Recentemente, recebeu a condecoração Lifetime Achievement Award, concedida pelo Seven Stars Organization, de Londres. O que mais orgulha o senhor no seu legado enquanto médico?
Essa outorga, esse reconhecimento internacional, cuja tradução seria o ‘conjunto da obra’, na qual se baseou a entidade de Londres, ela levou em consideração quase todas as informações da minha vida, e do método que criei que resultou no conjunto para promover a saúde e evitar a doença. O comitê que fez essa recomendação de me distinguir, avaliou o fato do que eu fiz no Brasil em 1982, eu me antecipei ao que o mundo foi falar em 1986. Essa somatória fez com que eles tivessem a leitura que eu tinha criado algo muito especial e que poderia e já está sendo replicado em outros lugares do mundo.
O que eu considero como legado foi o fato de ter ajudado a salvar vidas como médico, de impactar de maneira positiva e ajudar a transformar vidas. Isso é uma das coisas que eu penso em deixar como meu legado e que outros profissionais possam ter este entendimento da prevenção, possam fazer uma medicina mais integral, uma medicina que envolva a parte física, mental e espiritual, que é muito importante. É a saúde no sentido mais amplo da palavra, essa é a minha aspiração. Recebi todos os títulos na minha carreira com muita alegria, eu nunca pensei nisso, nunca tive a ambição de ter um título nacional ou internacional, foi uma consequência do trabalho que foi visto por outras pessoas como algo inédito. E acho que tive a sorte, fui muito abençoado, porque muitas pessoas boas passaram na minha vida e muitas pessoas acreditaram em mim. Sou grato aos meus pacientes antes do Kur, que permitiram que eu desenvolvesse isso e permitiram que eu testasse alguma coisa, colocasse em prática uma coisa nova que é a medicina preventiva.
O senhor foi pioneiro ao trabalhar com medicina preventiva. O que o senhor acredita que podemos esperar da medicina num futuro não muito distante?
Transplantes com órgãos que já não terão mais rejeição, medicamentos inteligentes e a genética, cada vez mais, afunilando e nos fornecendo mais informações. A longevidade vai aumentar muito com esses avanços, com essa medicina de precisão. Mas com a tecnologia a gente pode abdicar do exame físico? Nunca, porque a anatomia não mudou, o médico tem que auscultar, apalpar. Ele precisa fazer o que a medicina ensinou. O que se tem observado é que o cliente chega no consultório e o médico pede uma quantidade enorme de exames, exames de imagem e de laboratório, e isso torna a medicina cara. Na verdade, precisa olhar para o cliente, conversar com ele com profundidade. Mesmo com a tecnologia, que vai nos ajudar muito, nunca se pode abdicar dessa atenção à pessoa, a pessoa tem que ser ouvida, o médico tem que fazer perguntas como: como vai o sono? Como está a relação familiar? Faz atividade física? Como são suas principais refeições? Também é preciso deixar claro às pessoas que elas são responsáveis pela sua vida, não dá para delegar para outra pessoa o cuidado com a sua vida.
Se o senhor pudesse voltar no tempo e voltar a ser aquele menino curioso, que aprendeu noções de fitoterapia com o avô, faria algo diferente?
Faria tudo de novo igual ao que eu fiz, gostaria de encontrar as mesmas pessoas que encontrei no meu caminho, a minha família, a minha esposa maravilhosa que me acompanha e me acompanhou a vida inteira. Nós temos uma afinidade muito grande, ela é minha confidente, minha parceira, nós dois estudamos na mesma faculdade, ela em outro curso, desde o terceiro ano estava com ela, discutindo meus projetos e ela sempre me apoiando. Temos quatro filhas e dez netos. Começamos como uma empresa doméstica, fomos crescendo e hoje já estamos na segunda geração com minhas filhas, a sucessão já foi feita. Nossas filhas cresceram, se formam, fizeram pós-graduação e entraram no Kur com um turbilhão de ideias e isso nos ajudou.
Duas famílias muito importantes também nos ajudaram nesse processo. A família Randon, aqui de Caxias do Sul, e a família Gerdau. Eles nos mostraram todo o mecanismo de gestão, de criação de um conselho. Eles nos ajudaram, nos levaram para dentro da empresa deles. Com base nisso, criamos um conselho de família e um conselho de empresa, e aí se tornou tudo mais profissional. A gente tinha vícios, não sabia separar as coisas e sabemos que empresas, aparentemente muito sólidas, quebraram por falta de gestão. Hoje, a cada seis meses, faço um seminário com os netos e com as filhas junto, sempre nos reunimos num seminário porque é preciso que eles conheçam a história. Eu conto a eles passagens porque eles precisam entender que isso aqui não brotou do nada.
E, para finalizar, quem é o dr. Luís Carlos Silveira?
Eu me vejo como o pai de família, o profissional próximo dos meus clientes, me vejo com as coisas simples da vida, valorizo as pessoas, gosto de ouvi-las. Cheguei a um lugar que nunca tinha aspirado, fui privilegiado. Estou considerando como um final? Não. Eu tenho energia para fazer muitas coisas, quero estar apto com tudo o que os recursos puderem me disponibilizar, quero saber, ver e acompanhar, mas não quero perder a essência de conversar com as pessoas. Não quero abrir mão de fazer aquilo que eu aprendi a fazer e que é a minha paixão. Não saberia fazer outra coisa que não a medicina.
Conteúdo publicado na edição da revista Gente que Faz 61
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