De olho no futuro, sem esquecer as raízes
Publicado em 13 de abril de 2018Dossiê sucesso
Firmada como uma das mais importantes e sólidas grifes mundiais de mobiliário, a Florense trabalha com perfeição seu amanhã nos mesmos alicerces em que foi fundada há 65 anos e o que impressiona é o fio condutor dos valores que a perpetuam
Em Flores da Cunha, cidade da Serra gaúcha, com menos de 30 mil habitantes, encontra-se o coração e o cérebro de uma das marcas de mobiliário mais reconhecidas no mundo, a Florense. Há exatos 20 anos, André Damiani iniciava sua franquia Florense em Lajeado e já incorporava o legado dos fundadores em toda relação que estabelecia com seu cliente e seu produto: valorização humana, trabalho esmerado na qualidade e olhar afiado para o amanhã. Respondendo ao seu convite, vimos como os encantos da pequena cidade inspiram a produção dos móveis arrojados e elegantes da grife.
A visita ao complexo fabril permite a compreensão dos diferenciais que rubricam o sucesso conquistado desde 1953, quando a empresa iniciou com uma pequena marcenaria e com vendas “de porta em porta”. Mateus Corradi, diretor de marketing e integrante da 3ª geração da família fundadora, é enfático: “Desde o princípio, tudo foi possível porque pessoas fizeram e fazem a diferença de ponta a ponta”.
Sua afirmação se renova a cada instante, durante nosso circuito pela fábrica. Cada um de seus mais de 600 funcionários executa seu ofício com atenção, esmero e paixão no que faz. Sem dúvidas, uma criteriosa definição de habilidades antecede o trabalho designado e ‘n’ treinamentos perpetuam a sistemática estabelecida desde a comercialização na loja até o recebimento do sonho esperado pelo cliente. Segundo Mateus, é essencial valorizar cada colaborador para que a marca se torne referência.
Corradi e André Damiani conjugam a valorização da escolha do cliente pela grife desde o processo de compra. “Há muitos detalhes e todos são trabalhados para que o risco de erro seja reduzido ao máximo. É importante ter a certeza de que o produto entregue ao cliente faça jus à sua formação de valor”, coloca André, ao percorrermos alguns dos setores fabris.
Há 30 anos, a Florense foi pioneira em franquias de móveis e há 20 anos em Lajeado, André Damiani trabalha a marca com distinção no Vale do Taquari. Fidelizou clientes e no amplo espaço de showroom, trabalha não apenas conceito e lançamentos, mas a perpetuação da amizade e da relação estabelecida. Na linguagem da bela esquina, o contemporâneo vem pontuado por elementos de nossas histórias como quadros, balanças antigas e ramos de trigo, numa simbologia clara a “construa seu amanhã, mas valorize suas raízes”. Este é o norte também ao projeto Florense para o amanhã.
“O êxito de uma marca é o equilíbrio entre fábrica, cliente, franqueados, funcionários e comunidade. A responsabilidade deste equilíbrio é da empresa. Todos precisam estar satisfeitos e este sentimento é o elo que nos torna uma família. Sim, podemos ter problemas, mas juntos superamos tudo. Nosso franqueado é incentivado a estar na fábrica, a participar de cada processo e ser o fio condutor de nossos processos ao cliente”.
Mateus Corradi
O passado colabora com o futuro
É na antiga fábrica da Florense, no centro de Flores da Cunha, que está a Florense Futuro. Ambientes amplos e bem produzidos apresentam para franqueados e clientes o que ainda está por vir nas linhas da marca. É lá que se encontra o que há de mais moderno em termos de móveis, tudo vindo de pesquisas elaboradas de olho nas tendências mundiais.
O ambiente, que lembra as grandes mostras de móveis do mundo, funciona como um espaço impressionante para apresentar os produtos que em breve estarão nas lojas. Livings, cozinhas, quartos, closets, peças de design, tudo aqui é conceito e há o que ainda é guardado a sete chaves para lançamento.
Os acabamentos se firmam como um dos pontos fortes da marca. Já são mais de 240 padrões, desde cores até opções de madeiras maciças, lâminas de madeira natural e high gloss. As madeiras naturais são importadas e extraídas de reflorestamentos naturais com manejo controlado. Outro destaque é o acabamento oxidado, que lembra metal enferrujado, tendência vinda do estilo industrial.
A busca pelo melhor
Ao receber o pedido, a fábrica começa o trabalho que une engenharia construtiva de precisão e feito a mão. Enquanto máquinas de última geração cortam, pintam e permitem que a imaginação vá muito além do convencional, são as pessoas que dão o acabamento que transforma o móvel em uma peça única.
Os resultados diferenciados vêm de uma fábrica grandiosa, que conta inclusive com estofaria e produção de alumínios próprios. Isso permite, por exemplo, a produção de portas recobertas de couro, um produto nobre e exclusivo, ou então, móveis em alto brilho, com perfeitas camadas de tinta e verniz.
A mão de obra é vasta dentro da fábrica. Enquanto os jovens se aperfeiçoam e são usados para explorar o que a tecnologia tem a oferecer, pessoas de mais idade usam técnicas artesanais que aprenderam ao longo da vida. A mão de obra feminina é mais do que essencial, pois o olhar afinado das mulheres garante a qualidade final dos produtos. Não é para menos que elas estão nos setores mais minuciosos.
Ainda dentro do processo de produção, existe uma grande preocupação com o desperdício. As chapas são milimetricamente medidas por máquinas, a fim de evitar que o material seja jogado fora. As tintas usadas são de alta qualidade, garantindo inclusive a durabilidade do produto. A emissão de CO2 é a mínima possível, numa clara preocupação com o meio ambiente. Tudo é minuciosamente pensado.
“Nossa filosofia é a qualidade, é ser fiel às nossas raízes, é prezar pelo esmero, mesmo que consequência seja não ser a maior fábrica moveleira do país. Não queremos ter o maior faturamento, queremos que o nosso faturamento seja resultado do melhor produto que podemos fazer.” Mateus Corradi
Observação: Visitar a Florense, na pequena mas dinâmica cidade de Flores da Cunha, é um deleite. Visitantes de outras regiões do país e inclusive de fora usam de adjetivação positiva e de admiração ao reconhecer a admiração, o empenho no detalhe onde pousa o olhar, seja no empreendimento ousado ou em uma pequena casa ou comércio, simples, mas com o capricho herdado principalmente – aqui – na imigração italiana.
Por Douglas Petry
Publicado na edição 38 da revista Gente que Faz