Bebidas de verão: cerveja ou vinho?
Publicado em 12 de fevereiro de 2019Um dos prazeres do verão é degustar uma bebida refrescante, apreciando seus aromas e sabores. A experiência pode se tornar ainda melhor se você encontrar a harmonização ideal com aperitivos ou pratos que mais agradam seu paladar. Confira algumas dicas na linha de cervejas artesanais e vinhos indicados para a estação
Nesta época do ano são muitas as confraternizações entre amigos e as esticadinhas para um happy hour. Para estes momentos, uma boa pedida são as cervejas artesanais combinadas com a charcutaria. Um apaixonado pelo tema é o empresário João Luís Giovanella, da cervejaria Salva Craft Beer.
“Do ponto de vista gastronômico, a cerveja é muito interessante por sua versatilidade. Diferente de outras bebidas, temos liberdade para temperá-la, o que possibilita uma gama infinita de harmonizações”, compara Giovanella.
Com charcutaria
No caso das carnes e embutidos, ele particularmente prefere os produtos que passam pelo processo de cura, em detrimento aos defumados. E em geral recomenda uma Indian Pale Ale (Ipa), que extrapola no lúpulo, para acompanhar toda a charcutaria.
“Mas peças mais maturadas, mais envelhecidas, também ficam bem interessantes com cervejas mais complexas. Sugiro que se busque uma Belgian Tripel ou outra destas típicas belgas mais maltadas. Às vezes você pode testar uma mesma peça – um salame com meio ano de cura, por exemplo – para harmonizar com uma Ipa ou uma Black Ipa, e depois com uma Belgian Strong Ale. Você terá duas refeições completamente distintas”, analisa o empresário.
Para os churrascos com carne vermelha, siga na linha das lupuladas.
“O lúpulo traz tanino, o que vai limpar o paladar. Assim teremos uma harmonização por contraste. Podemos servir uma Red, que tem um caramelo oriundo do processo de torrefação do malte e ele vai harmonizar, por semelhança, com a caramelização do sangue, que é o queimadinho da carne”, detalha Giovanella.
Com sushi
Quem não abre mão de um bom vinho, no verão pode apreciar todo o frescor dos brancos e rosés. Uma das recomendações do gerente do Empório Gastrô, Alex Wolfart, é o Torrontés. Bastante aromático, lembra frutas maduras e é leve na boca. Harmoniza com sushi, ceviche e outras comidas mais frescas, apropriadas para a estação.
“E quando falamos em rosés, os melhores são aqueles do Sul da França, da região de Provence, onde ele nasceu. É um vinho menos frutado, um pouco mais floral. Como também é mais seco, seu consumo acaba sendo mais agradável”, compara Wolfart.
Outra opção são os vinhos verdes, também muito refrescantes, que vêm de Portugal, da região do Minho. E para que a bebida entregue todo o seu potencial e proporcione uma experiência plena, observe a temperatura em que é servida. Brancos e rosés, em geral, entre 6 e 12 graus.
Na linha de espumantes, uma das novidades são aqueles que não passam por degorgement – parte do processo de produção em que são retiradas as leveduras do interior da garrafa. Uma curiosidade é que nestes casos não é usada rolha. A garrafa do espumante permanece com a tampa de metal colocada após o envase, como aquelas usadas nas garrafas cervejas.
“Quando a bebida sai da vinícola, costuma ter de 12 até 30 meses de maturação. Você decide o melhor momento de consumir o espumante, apreciando conforme sua preferência”, explica Wolfart.
No Empório Gastô o carro-chefe são os bruts. Mas vem aumentando o mercado dos tipos extra brut, que leva uma quantia menor de açúcar na sua composição, e também do nature, isento de açúcar. E se essa for a sua escolha, Wolfart recomenda: erga o brinde com rótulos nacionais, que estão entre os mais premiados do mundo. Tim tim!
Por Josiane Rotta
Publicado na edição 42 da revista Gente que Faz