Bruna Lombardi: a musa de Quintana abre o Jogo da Felicidade
Publicado em 8 de setembro de 2017Aos 63 anos de idade, a atriz, cineasta e escritora mostra toda a beleza e talento da melhor idade
Mesmo com diversos projetos em fase de lançamento como seu livro Jogo da Felicidade, o filme Amor em Sampa e um novo site chamado Rede Felicidade, Bruna Lombardi não descuida nunca da saúde física e emocional. Bonita, articulada, inteligente, carismática, humilde, espirituosa e divertida. O que todos sempre querem saber é o que ela, que aos 20 e poucos anos disse em uma entrevista que não era bonita, mas estava ficando, faz para manter-se tão bela e saudável – de corpo e alma – aos 63 anos. Bruna é uma das mulheres mais admiradas do país, e não somente pela beleza, mas também pelos seus trabalhos, opiniões e filosofias de vida. Sua página tem quase 2 milhões de seguidores no facebook, ela transita entre suas três casas (em Los Angeles, em São Paulo e em Trancoso, na Bahia), para as quais desenhou móveis e lustres, tem cachorros, gatos, marido e filho, estuda mitologia, compõe e segue outros destinos para palestrar, autografar e encantar.
A musa de Mario Quintana veio a Porto Alegre em junho, cidade pela qual tem um carinho especial devido a sua amizade com o poeta, para o 9° Fórum do Instituto Unimed. Com o tema “Desafios culturais e éticos em tempos de crise”, o evento buscou relacionar temas como cinema, literatura e ética com o momento difícil que vive o Brasil. Sendo a convidada mais aguardada do dia, Bruna mediou o painel sobre cinema ao lado do cineasta e professor Carlos Gerbase, do cineasta Paulo Nascimento e também do diretor de televisão e cinema Jayme Monjardim. Eles discutiram sobre como o audiovisual é importante para expressar as emoções, sendo uma ferramenta de contato massivo na qual o cineasta tem a função de fazer as pessoas enxergarem mais em tempos complicados como o de agora.
Os painelistas também abordaram um ponto importante: como o cinema pode ser utilizado dentro das escolas como ferramenta de transformação social. A ética no cinema é essencial, pois tem um papel fundamental de influência na vida das pessoas. Para Lombardi, a arte “mexe com o coração e o pensamento”. Ela acredita que, assim como os livros, as narrativas lidam com ideologias, criando um imaginário e tendo uma escala de valores para transmitir coisas boas: “Os filmes fazem bem para o coração, fazem a pessoa se sentir melhor”. Isso ajuda muito em tempos de crise, principalmente quando reconhecemos que pode fazer parte da educação do país.
Carreira
Bruna aproveitou e autografou sua última obra, lançada em dezembro, “Jogo da Felicidade”, que traz frases e pequenos textos que podem ser consultados ao acaso, ou seja, capítulos que não exigem uma ordem de leitura como os livros convencionais. É um “oráculo moderno”, na descrição da autora. O livro tem sido um manual de vida: “As pessoas conseguem pegar respostas abrindo o livro em qualquer parte. Eu gosto de tocar na emoção das pessoas. Elas se divertem com isso”, completa.
Já o filme “Amor em Sampa”, que estava em cartaz nos cinemas no começo desse ano, mescla o que Bruna mais gosta: momentos do cotidiano com bom humor. O filme é uma comédia romântica musical roteirizada por Bruna e com direção de Carlos Alberto Riccelli, marido da atriz, e de Kim, o filho único do casal. Nela, cinco histórias de amor se entrelaçam tendo como cenário a cidade de São Paulo.
Com relação às centenas de mensagens que recebe nas redes sociais, Bruna traduz como reconhecimento e se sente realizada por isso. “O maior luxo que a gente pode ter na vida é fazer o que gostamos amorosamente, e eu gosto de tudo que eu faço”, salienta a cineasta.
Beleza e saúde
A pergunta que todos se fazem: como a Bruna Lombardi consegue se manter tão jovem mesmo trabalhando tanto? Ela responde com apenas uma palavra sobre isso: felicidade. “A felicidade é o melhor cosmético. Felicidade não é estar o tempo inteiro feliz, não ter problemas, não é isso. Pelo contrário. É saber compreender cada momento que a gente vive e resolver da melhor maneira tudo que você está vivendo. Felicidade é ter um bom estado de espírito durante o nosso trajeto”.
Além disso, Bruna ressaltou os cuidados pessoais diários dos quais ela não abre mão como cuidar das plantas e animais, ajudar as pessoas, ter uma relação com a vida e, é claro, cuidados como beber bastante água, alimentação equilibrada, praticar atividade física e dormir bem. O importante para ela é viver acima de tudo. “Não adianta usar produtos caríssimos se sua energia não está boa. Se ela está ruim, a cara e o corpo vão se modificando. Uma mulher sexy é aquela que está confortável e bem consigo mesma”, ensina.
Para ela, é uma ideia errada achar que ser feliz é não enfrentar dificuldade. “A dificuldade é inerente à vida. Os obstáculos, os desafios são a própria vida. Hoje eu vejo que momentos que me pareceram abismos foram fundamentais para que outras coisas muito boas acontecessem”, reflete. Além disso, deixa uma dica sobre sua maneira de levar a vida: “Agradeço a Deus por estar viva. Não sou uma pessoa de olhar para trás nem para a frente, sou do aqui e agora. Estou muito feliz com o que sou e o que estou fazendo”.
Inspiração
Uma das maiores inspirações de Bruna Lombardi é o poeta gaúcho Mario Quintana, que a tornou sua musa no final dos anos 70 e até hoje permanece nas lembranças dela. Eles se conheceram na Feira do Livro de 1976, quando Bruna, com 24 anos, veio para sessão de autógrafos da sua primeira obra, No Ritmo Dessa Festa. E adivinha quem estava lá na fila do lançamento com um livro dela embaixo do braço esperando para ganhar um abraço? O próprio Quintana. “Fiquei muito tocada quando ele me conheceu, pois já era grande fã do seu trabalho. Ele foi um grande amigo, uma pessoa da qual gostei muito a vida inteira”, comenta. Para ela, ele “é um anjo, um poeta universal e até hoje quero divulgar o trabalho dele”. E, por isso, Lombardi acabou tendo um carinho especial pelo estado do Rio Grande do Sul, tendo vindo várias vezes ao longo dos anos para visitar o amigo poeta.
Para Bruna, no fundo tem um pouco de Mario Quintana em tudo o que a gente vive. Mario espalhou a energia fabulosa dele em todos nós. “Sabe aquele anjo que virou energia para todo lugar? É bom porque todos nós trabalhamos para preservar a memória dele. Eu fico feliz que tem gente fora do Brasil que conhece a literatura brasileira e cita o Mario Quintana como um dos maiores poetas do mundo. A obra dele ganhou o mundo. Isso é uma alegria enorme. Mario, com aquela simplicidade, era de uma modéstia comovente”, derrete-se Lombardi ao falar de Quintana.
Futuro
No próximo mês, Bruna tem mais um projeto a ser lançado: o portal Rede Felicidade, tema que tem dominado sua vida profissional nos últimos anos. O espaço de interação com os fãs no Facebook e Instagram ficou pequeno para tantas mensagens bacanas. Ela, inclusive, é bem ativa nas redes sociais, curtindo fotos de fãs que publicam lembranças ao seu lado por onde a encontram. O objetivo de organizar e sistematizar os pensamentos sobre suas filosofias pessoais levou a criação de um site específico para reunir estas ideias. Ela conta, empolgada, que será um espaço para as pessoas acessarem pensamentos positivos, ler matérias sobre ela e temas que importam na sua vida, além de acompanhar sua carreira e seu dia a dia de maneira mais próxima ainda. Com certeza a atriz, cineasta e escritora vai inspirar ainda mais gente a ser feliz como ela, sempre carregando a frase como principal filosofia de vida: “o segredo para envelhecer bem é fazer o que gosta”.
E tem algo mais que se pode fazer para ter uma vida mais saudável? “Energia é fundamental. É preciso trabalhar nosso fluxo energético, espalhar coisas que fazem bem a todos. Viver amorosamente é muito bom. E fazer o bem faz muito bem para a gente também”! Bruna salienta que independentemente do que se deseja, todos estão em busca de ser feliz. “É importante que, mesmo que não consiga aquilo que se quer imediatamente, você vá no caminho gostando do que faz, achando prazer naquilo”, conclui a artista.
por Brunna Weissheimer e Luísa Bergonci
Fotos: Divulgação/Bruna Lombardi
Publicado na edição 30 da revista Gente que Faz