Os donos da festa

Eles são desejados, paparicados, ovacionados. Formam um grupo seleto, que trabalha para gente selecionada. Fazem as melhores festas do Estado, do Chá de Bebê ao Casamento, com criatividade, elegância, sofisticação, dedicação, honestidade, bom senso. Tudo na medida. Não é à toa que os convites para as festas que eles realizam são disputados a tapa. Iara e Roberta Jalfim, Rogério Rissi, Jenifer Ledur Leal e Carlos Câmara representam com maestria o melhor em organização de festas do Rio Grande do Sul. Entrem e fiquem à vontade para  conhecer suas histórias

 

Iara e Roberta Jalfim: mãe e filha a serviço do bom senso

Roberta e Iara Jalfim (foto Liane Neves)

 O verão foi de muito trabalho para Iara e Roberta Jalfim. Em um mesmo dia, por exemplo, elas realizaram uma recepção de formatura e uma festa de aniversário surpresa. Fora os preparativos para um casamento em Punta Del Este, no paradisíaco hotel Serena, que fica à beira-mar, para 200 convidados. “Para nós, a festa é sempre a dos sonhos, independente do número de convidados e do local. Naquela noite, a mágica é inesquecível para os seus anfitriões. E para nós também”, garante Roberta.

A dupla começou a trabalhar com eventos em 1996, estimulada por amigos. “Naquela época o mercado de festas ainda era muito incipiente, com poucos fornecedores e produtos limitados”, recorda Iara. “De lá para cá o mercado cresceu muito, profissionalizou-se. Não há espaço para a intuição. Festas são investimentos grandes, emocionais e financeiros. Não temos margem para o erro.”

Para elas, o evento deve ter o perfil do anfitrião. A função da dupla é adequar todos os pontos relevantes e pertinentes de acordo com a verba, o número de convidados e o estilo do evento. “Muitas vezes o cliente já chega com uma ideia pronta, mas como desconhece muitas facetas acaba mudando o formato pré-estabelecido. Nosso know-how nos permite ajudá-lo a ver a melhor solução para a sua festa. Afinal, quando procura um profissional da área, a confiança e a transparência devem ser a base do relacionamento”, resume Iara Jalfim. O bom senso, em todos os casos, é a palavra mágica.

De tantas festas realizadas, muitas são as histórias engraçadas para contar. A que vem à mente de mãe e filha é a de um casamento que quase foi para o espaço por causa de um problema técnico inesperado. Roberta conta: “Tudo pronto. Os noivos iam adentrar ao salão depois da cerimônia religiosa. Nesse momento falha o gerador. Black out geral no salão. Fomos à mesa dos pais dos noivos para explicar a oscilação da iluminação e a mãe da noiva exclama ‘que coisa mais linda, adorei esse efeito de luzes!’”. Dos males o menor. “Cada festa é única e marca de maneira diferente. Na maioria dos casos, entramos na rotina e na intimidade das famílias. Muitos clientes acabam se tornando grandes amigos. Temos que considerar que cada evento é único.

Temos preferência pelas festas realizadas em residências, pois os anfitriões estão recebendo em suas casas. Achamos que isto torna a festa mais pessoal.  A personalização dá um charme muito grande”, ensina Iara.

Para ambas, o excelente organizador de festas tem que ter a habilidade da empatia, muita disponibilidade, flexibilidade e insights para captar o consciente e os desejos dos clientes. “Ele precisa ser multitarefas, ter o melhor cadastro de parceiros, fazer check list, ter equipe pró ativa, estar sempre atento às novidades e preparado para imprevistos. Seguir tendências é uma referência, mas sempre nos baseamos nos desejos dos clientes”, lista Roberta. “A gratificação maior é ver a satisfação do cliente e de seus convidados. E, no fim, a exclamação ‘ficou mais lindo do que eu esperava!’.”

 

Rogério Rissi: a mesma dedicação para 30 pessoas ou 1200 talheres

Rogério Rissi (foto Christian Schmidt)

O destino pregou peças em Rogério Rissi, cerimonialista, promoter, decorador e proprietário da floricultura Wladis, em Encantado. Em 1986, seu pai, seu Ítalo, que era taxista, foi assassinado.  Quatorze anos dias depois sua mãe, dona Wladis, que tinha uma floricultura, enfartou e não resistiu. Rogério seguiu com a casa de flores, resistindo à tristeza de perder pai e mãe em tão pouco espaço de tempo. Quatro meses depois, um casal de amigos iria casar e precisavam de alguém para organizar a festa. Rogério não titubeou. “Naquele momento vi que era a profissão que me realizaria.” Ele organizou a festa, fez a felicidade dos amigos, dos convidados e reencontrou a alegria de viver. “A partir daquele momento comecei a me profissionalizar, viajar, conhecer, buscar tendências, me informar. O França (Sieben) já estava no mercado e me ensinou muito”, conta, grato.

Para uma festa acontecer, segundo Rogério Rissi, há um roteiro que pede uma série de providências que incluem comida, som, luz, decoração. “Trabalhamos em parceria com vários fornecedores para podermos oferecer um leque de possibilidades para quem nos contrata. É importante salientar que a festa vai ter o tamanho e o custo que o contratante quiser, mas tenha certeza que o prazer e alegria de organizar uma festa não tem dinheiro que pague”, garante ele, a diversão em pessoa. “O trabalho do organizador da festa é fazer com que tudo aconteça no maior clima, que as falhas sejam logo sanadas, que a bebida esteja gelada, a comida no ponto, os doces sejam maravilhosos e o serviço, impecável e invisível.”

Sim, é preciso estar preparado para imprevistos. Mas, se por ventura acontecerem, é necessário ter rapidez e acionar o que for preciso para que o menor número de pessoas perceba que algo fugiu ao controle e fazer com que a festa prossiga normalmente. “Um fato que me marcou foi esconder dos noivos e abafar a informação, por decisão da família, de que a avó do noivo tinha falecido enquanto a festa acontecia…”, recorda-se. E como não é de meias-palavras, Rogério aproveita o espaço para recordar aos convidados: “se você é convidado em uma festa que pede para que você confirme sua presença, por favor, a confirma! Muitos bafões acontecem quando não há confirmação por parte dos convidados e a festa tem lugares marcados, o que pode causar contratempos, muitas gafes, normalmente creditadas ao cerimonialista”. Dado o recado!

Apesar dos pesares, contudo, para Rogério Rissi toda festa é a melhor festa de todas. “Eu trabalho para que a festa que estou organizando no momento seja a melhor do mundo, seja um batizado para meia dúzia de convidados ou um casamento para 1200 talheres. Quem me contrata quer isso e, de minha parte, terá todo o meu empenho e energia.” Sinceridade e honestidade são as palavras-chaves de Rogério e de todo o bom organizador de eventos. “Quem te contrata espera isso e esse é o pacto que fazemos para fazer a melhor festa das nossas vidas”, decreta.

 

Carlos Câmara: festeiro de carteirinha

Cláudia e Carlos Câmara (foto Tom Dinarte)

 

Comprometimento é sua palavra de ordem. Mas como sisudez não tem nada a ver com ele, Carlos Câmara também consegue relaxar lá pelas tantas nas festas que produz. “Faz tempo, mas lembro que em um debut bebi bem e dei muitas risadas com minha mulher e um grupo de amigos queridos. Consegui desligar do trabalho”, conta. À frente da Câmara Eventos, Carlos comanda algumas das principais festas do Interior do Estado.

Começou a trabalhar em festas atendendo clientes de uma agência de propaganda em que era sócio, em 2005. Daí não parou mais. As mais recentes foram quatro formaturas e um casamento em um único final de semana. “O mais bacana, sem dúvida alguma, é saber que você está fazendo parte da vida destas pessoas em seus momentos mais felizes. E contribuindo para esses momentos”, afirma.

Estilo, criatividade e personalidade fazem de uma festa um espetáculo sensacional, garante ele. “É necessário muita conversa com o anfitrião para entender seu estilo de vida. Sem conversa, as chances de equívocos aparecerem serão grandes.” Um imprevisto ou outro acaba acontecendo, mas ele segura a onda e faz do limão uma limonada. “Aí entra o profissional com experiência e feeling. Nada vi, nada ouvi. Mantenho a postura e o sangue frio, sempre.” A história mais bizarra da qual se recorda foi a de um pai que simulou um infarto no meio da festa para estragar a noite do casamento do filho. “Ele não aceitava a nora”, emenda. “Mas passamos mais aperto quando um cliente resolveu mudar as cores da festa em uma sexta-feira à noite, sendo que o evento era no dia seguinte. Foi tudo alterado, o cliente saiu feliz e foi uma festa ótima. Eu quase enfartei, claro”, diverte-se.

Apesar dos atropelos naturais do negócio, Carlos se diz realizado com todas as festas que produziu. “Claro que todos sonham com uma festa com orçamento generoso e um cliente que deixe tua criatividade à vontade. Nem sempre isso é possível. Mas é preciso ter comprometimento, encarar os fatos e realizar a melhor festa dentro da realidade de cada um.” Ele confessa que ainda quer produzir um megadesfile de moda, com um belo orçamento. “Minha festa dos sonhos terá que ter o céu como limite, poderei usar e abusar da criatividade.”

 

Jenifer Ledur Leal: “o importante é gostar de gente”

Para a organizadora de eventos Jenifer Ledur Leal, de nada vale conhecimento de causa, pesquisa, busca de novidades, luxo e sofisticação, se o profissional da área na gosta de gente. “Gostar de pessoas é fundamental. Mergulhamos nos sonhos das pessoas”, justifica.

 Formada em hotelaria, Jenifer começou a trabalhar com eventos em 2006. Dois anos depois montou a Projeta Eventos, ao lado do sócio, Carlos Henrique. “De lá para cá fomos adquirindo expertise e qualificando nosso trabalho, buscando transformar as ideias das pessoas em experiências inesquecíveis.”

Segundo ela, toda festa deve ser adaptada ao perfil do cliente, de seus convidados e ao número de pessoas presentes. O estilo da festa é que dita o tipo de alimentação, bebidas e estilo de música a ser oferecido na noite do evento. “Discutimos isso sempre junto com o cliente, pois é importante equilibrar seu gosto com o que o convidado gostaria de encontrar naquele momento. Entramos com nossa experiência, orientando-o.” A ‘cara’ do cliente, contudo, deve estar impressa na festa. “Uma festa sensacional tem a cara de quem recebe. Os convidados devem perceber que o evento foi feito para aquela pessoa, e para que eles se divirtam e aproveitem cada momento.”

Para Jenifer, os casamentos são especiais. “A festa dos sonhos é construída com cada casal. Compartilhamos o sentimento que um tem pelo outro, a felicidade dos seus pais ao conduzi-los ao altar, os laços que estabelecem com seus amigos. É mágico.” Ela mesma provou dessa mágica ao organizar o seu próprio casamento. “Receber os convidados, pessoas muito importantes para nós, em uma noite pensada em cada detalhe, foi legal demais. E ter a experiência de ser noiva foi fantástico! Quantas vezes vendemos nosso produto sem nunca tê-lo provado? Assim, pude conhecer as ansiedades e necessidades das nossas clientes.” Estar do outro lado, claro, foi bem diferente. “Adaptar as vontades do noivo e da noiva não foi simples. A facilidade, nesse caso, era conhecer bem o noivo e saber que para ele faria toda diferença ter um cantinho com bebidas e decoração tipicamente gaúchos”, diverte-se.

Independentemente da festa, contudo, a realização é a mesma. “Acho que as festas mais legais são aquelas em que a gente cria intimidade com o cliente e vibra com sua felicidade. Trabalhamos para que os clientes e convidados saiam da festa satisfeitos e que, na segunda-feira, os clientes nos retornem dizendo que o seu evento foi a melhor festa de suas vidas!”, resume Jenifer Ledur Leal.

Publicado na edição 18 da revista Gente que Faz

 



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