Colecionadora de histórias

 

Apaixonada pelo antigo, atenta ao contemporâneo, Vera Meyer comprova que a união dos estilos é mais do que uma tendência, um reflexo da personalidade na decoração

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Cada canto da casa de Vera Meyer guarda peças com valor sentimental inestimável. São peças garimpadas em viagens ao redor do mundo, e mesmo pelo interior do Rio Grande, que compõem ambientes acolhedores, onde quem quer que chegue, sente-se  bem recebido.

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O bem-receber, aliás, é sua marca registrada. Um dos maiores ambientes da casa é um espaço gourmet. A personalidade de Vera é traduzida tanto na mistura de poltronas no estar, nos álbuns que reúnem fotos de viagens, nas garrafas de vinho com registro da data e de quem bebeu, ou no aparador com rodas atrás da mesa.

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A paixão é antiga e, segundo Vera, nasceu com ela. Conta que sempre gostou de decoração e antiguidades e desde que começou a compor ambientes, opta por mesclar antigo e contemporâneo. “Ele é simples, mas ao mesmo tempo sofisticado e diferente. As peças têm história.” Sua maior fonte de peças são antiquários, feiras e garage sale que visita em suas viagens.

Suas peças preferidas são relógios, rádios e vasos germânicos, coleções que guarda com carinho e tem distribuídas por ambientes. “Cada canto tem uma história. Nenhuma peça está ali à toa.” O carinho pelas peças é tão grande, que lembra onde comprou cada uma.

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A decoração é pouco mudada. Compõe um ambiente e ele permanece com aquele décor por anos. Acredita que quando se usa móveis e objetos refletindo a personalidade dos moradores, as tendências são apenas detalhe. Na casa, as lembranças familiares são muito presentes. Além de porta-retratos, objetos que fizeram parte da formação da família agregam estilo ao décor.

 

 

 

Prova da atemporalidade do estilo é seu lavabo, decorado com quadros de cinema e com azulejos retrô. Foi decorado há quase 20 anos e o estilo permanece atual. Cada cômodo da casa guarda histórias. “Isso dá personalidade ao ambiente. Quando as pessoas colocam algo mais pessoal, elas não enjoam.”

De malas cheias

Um de seus destinos preferidos para garimpar é a Austrália, onde suas duas filhas moram atualmente. As meninas herdaram da mãe o gosto pelo antigo e sua casa no exterior reflete o estilo. Gostam de ir a markets e garage sales, onde encontram objetos cheios de personalidade.

As viagens de Vera não se limitam a conhecer o destino. As malas voltam cheias de objetos de décor, e algumas vezes já precisou até mesmo pagar pelo excesso de bagagem. Uruguai e Argentina são outras fontes inspiradoras. Os países têm a cultura de preservar antiguidades, realizam feiras pelas ruas e antiquários são muito valorizados. “É uma questão cultural. Eles têm o hábito de preservar.”

Já buscou muitas peças no interior do Rio Grande do Sul. Adquiriu móveis muito antigos, fabricados pelas próprias famílias. Além da alta qualidade, as peças têm um design interessante, que conta a história da colonização de cada região, o que a atrai mesmo se o visual for carregado. “Nosso imigrante chegou aqui sem nada, e produzia o próprio móvel, o que o torna mais rústico.” Os móveis eram quase exclusivos, porque cada um fabricava o seu. Por vezes nem pregos eram usados e a fixação era feita por encaixes.

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Quando Vera recebe, o bom gosto predomina em cada espaço que recebe nosso olhar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Empreendimento vintage

Muito do que garimpa precisa passar por restauro. Tem equipes terceirizadas que realizam o trabalho, mas preza por dar seu toque. O trabalho é minucioso e exige motricidade fina de quem faz. Vera descobriu sua paixão pelas atividades manuais na cerâmica. Aos poucos foi aprendendo técnicas de restauro, que aplicava em suas peças. Muitos amigos viam e pediam para ela fazer igual.

Há 11 anos Vera transformou sua paixão em negócio, criando a loja que leva seu nome. Iniciou na própria garagem fazendo as restaurações. Mais tarde, abriu uma sala no shopping onde deixava seu showroom. O estilo que junta muitas referências no mesmo espaço já era sua marca registrada. Viu a necessidade de expandir e encontrou a sala onde está hoje. O visual rústico do ambiente foi mantido e cada canto tem uma inspiração diferente. Assim como em casa, coloca sua personalidade em cada metro quadrado.

Por Douglas Petry

Matéria publicada na edição 29 da revista Gente que Faz



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